quarta-feira, 1 de julho de 2015

Gisèle Bienne panse ses blessures familiales


Lorsqu’elle publie Marie-Salope, en 1976, ­Gisèle Bienne le fait avec l’allégresse d’une jeune femme qui a toujours voulu écrire, l’innocence de celle à qui le livre semble s’être imposé « comme s’il était écrit en moi », se souvient-elle, et l’inconscience la plus grande quant aux conséquences potentielles de cette histoire fictive, mais nourrie de ses propres souvenirs, d’une adolescente de 15 ans, dans la campagne champenoise, qui vit des relations très conflictuelles avec sa famille, au point de ne ressentir, dans cette fratrie de sept enfants, qu’une solitude irréductible. Fière de ce qu’elle considère comme « un bel événement », elle écrit même une lettre à sa mère, lui annonçant que le livre s’intitulera « Marie-Salope, en souvenir de ce petit surnom taquin qu’elle [lui] donnait ». Le succès critique et public est au rendez-vous. Marie-Salope, publié aux Editions des femmes, est lu comme un hymne à la liberté, comme l’affirmation du désir d’autonomie des femmes, et comme la mise en accusation de structures sociales et familiales répressives.
Mais, dans les Ardennes, le livre passe mal. Les parents de Gisèle Bienne reçoivent des lettres anonymes contenant des pages du ­roman. Un journal associatif, auquel le père de l’auteure est abonné, accable les parents en les assimilant aux personnages. La famille envisage de faire appel à un avocat pour interdire le livre.

(En savoir plus sur http://www.lemonde.fr/livres/article/2015/07/01/gisele-bienne-panse-ses-blessures-familiales_4666335_3260.html#Z4gTzFUAMLYJh7Xv.99)

La Femme de Trente Ans

A Mulher de Trinta Anos, salvo engano, foi minha porta de entrada na literatura francesa. A narrativa melódica de Honoré de Balzac não só me abriu as portas para a literatura francesa, como me fez percorrer um caminho feito de personagens apaixonantes, enredo peculiar e cenários que nos convidam a mergulhar no universo histórico-cultural francês. Leitura indispensável a qualquer leitor exigente de uma literatura que faz jus ao sentido pleno dessa palavra.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

L´immoraliste

O escritor francês André Gide sempre me fascinou de alguma forma, mesmo sem tê-lo lido. O motivo? Eu sei. Conheci André Gide, ou algo dele, através da literatura de Hermann Hesse. O escritor alemão trocou muitas correspondências com o francês; de tal modo que o último mereceu, do primeiro, um capítulo inteiro do livro Felicidade.
Recentemente li L´immoraliste e me encantou a maneira de narrar, as personagens frágeis, moribundas, expondo seu universo particular e a sequência narrativa dispersa e descontínua. A fineza ao manipular a palavra faz do texto de Gide uma saborosa experiência líterossensória.

sábado, 30 de maio de 2015

Cem Anos de Marguerite Duras

Nascida no dia 4 de abril de 1914, a escritora nascida em Saigon (hoje Ho Chi Minh) e radicada na França completaria hoje 100 anos. Autora de uma obra multifacetada que percorre gêneros tão diversos quanto o teatro, o romance e o roteiro de cinema, foi considerada um dos principais nomes do movimento nouveau roman.
O catalão Enrique Vila-Matas narra em Paris não tem fim o início de sua carreira de escritor, quando foi para a capital francesa e alugou um quarto com ninguém menos que Marguerite Duras. A escritora foi marcante – para não dizer fundamental – na formação literária de Vila-Matas, e o mesmo podemos dizer acerca de uma legião de autores que foram inspirados pela prosa única de Duras. Em um ensaio traduzido ao português pela Folha de S. Paulo, Vila-Matas diria:
“Com a escrita de Duras acontece o que ocorre com a primeira frase de A Metamorfose de Kafka. Quando lemos que um jovem funcionário acorda em sua cama transformado num inseto, só temos duas opções: fechar o livro incrédulos e não continuar ou crer nessa estranha verdade de Kafka e continuar lendo. Creio que a escrita de Duras só permite aos leitores duas opções: amar essa escrita ou odiá-la profundamente. Não há meio-termo com ela. Eu a adoro. Tem a beleza do literariamente infinito. A poesia de sua escrita me fascina e por vezes me levou à emoção e ao choro”.
É em homenagem ao centenário de Duras – e aos inícios fortes e impactantes – que transcrevemos abaixo o começo de O amante, obra capital da escritora que foi relançado pela Cosac Naify em edição portátil e e-book:
“Um dia, eu já tinha bastante idade, no saguão de um lugar público, um homem se aproximou de mim. Apresentou-se e disse: ‘Eu a conheço desde sempre. Todo mundo diz que você era bonita quando jovem; venho lhe dizer que, por mim, eu a acho agora ainda mais bonita do que quando jovem; gostava menos do seu rosto de moça do que do rosto que você tem agora, devastado’.
Penso com frequência nessa imagem que sou a única ainda a ver e que nunca mencionei a ninguém. Ela continua lá, no mesmo silêncio, fascinante. Entre todas as imagens de mim mesma, é a que me agrada, nela me reconheço, com ela me encanto.
Muito cedo foi tarde demais em minha vida. Aos dezoito anos já era tarde demais. Entre os dezoito e os vinte e cinco anos, meu rosto tomou um rumo imprevisto. Aos dezoito envelheci. Não sei se isso acontece com todo mundo, nunca perguntei”.
(Extraído do blog Autores e Livros)

O Amante

A escritura de Marguerite Duras representa um verdadeiro labirinto no qual o jogo com a linguagem atravessa todo o texto. Este livro (O Amante) trata-se de uma narrativa sobre juventude, descoberta do amor e dos enfrentamentos impostos pelo sinuoso caminho que é amar. Un  livre magnifique!
À bientôt!